terça-feira, 18 de outubro de 2016

VOLUNTARIADO ESTUDANTIL NO AGRUPAMENTO DE ESCOLAS AURÉLIA DE SOUSA

A Escola Básica Augusto Gil está há seis anos no Programa Voluntariado Estudantil, em parceria com a Universidade do Porto e o Projeto Porto de Futuro, promovido pela Câmara Municipal do Porto.
Temos recebido cerca de vinte cinco estudantes universitários por ano escolar, provenientes da UP, de diferentes Faculdades ou Escolas Superiores, onde se encontram a frequentar uma licenciatura, um mestrado ou um doutoramento.
Quando chegam à nossa escola, é-lhes atribuído um aluno sinalizado com dificuldades de integração neste contexto, com frágil motivação para o sucesso educativo, ou com problemas nos seus sistemas pessoais, familiares e sociais.
Como coordenadora do programa aqui na escola, procuro primeiro conhecer as características e dificuldades de cada aluno sinalizado pelos diretores de turma, professores, encarregados de educação ou por mim própria, enquanto psicóloga neste SPO e, no momento da entrevista com cada estudante universitário voluntário, avalio se o seu perfil se adequa a este ou aquele aluno.
Muitos são os alunos que me pedem para continuar no projeto no ano seguinte e a grande maioria prefere ter o acompanhamento do mesmo voluntário. Do mesmo modo, também muitos dos voluntários que repetem a experiência ajustam o seu horário disponível aos alunos que acompanharam no ano anterior.
Estes adolescentes normalmente ficam muito ligados aos seus “tutores”. Inicialmente é assim que os tratam. Depois, com o tempo, passam a chamá-los pelo nome. A relação vai sendo construída numa base de amizade. Os estudantes tornam-se, além de amigos, referências muito importantes, um modelo a seguir, alguém que na escola tem uma idade mais próxima da sua e não representa a autoridade do professor. Pode ser mais fácil a recetividade da informação (conteúdos escolares, temas culturais e sociais,..) veiculada por estes jovens que utilizam uma linguagem correta, mas mais semelhante à sua. E é neste registo que é transmitido um “saber-fazer” nos comportamentos de estudo, no fazer a pasta de uma forma mais prática e eficaz, no como dizer isto ou aquilo ao colega, ao professor, ao pai ou à mãe, enfim… no crescer e autonomizarem-se de uma forma saudável e feliz.
Alguns estudantes mostram-se empenhados em partilhar as suas próprias experiências com os “seus” alunos de modo a mostrarem como encontraram soluções para problemas semelhantes aos que eles experienciam neste momento, motivando-os a procurar caminhos de sucesso. Muitas vezes, estes voluntários vêm ter comigo ao SPO para se aconselharem sobre o seu modo de agir, certificarem-se que as estratégias que têm em mente são praticáveis e podem ser úteis para o “seu” aluno e, sabendo que eu os conheço, pedem-me para antecipar reações e impactos.
Procuro que cada tutor articule periodicamente com o diretor de turma do aluno que acompanha e que se vá inteirando do seu processo de aprendizagem, assim como também lhe passe alguma informação que lhe pareça importante que os professores tomem conhecimento (desde que o aluno dê essa autorização).
Para além de uma avaliação muito positiva que todos os intervenientes fazem do programa, ao longo destes anos já ocorreram algumas situações muito interessantes, em que a figura deste “tutor” se revelou uma ajuda fortíssima e uma ponte estratégica e fundamental para a resolução de problemas.
Um bem-haja ao programa!
Bom trabalho, e um Ano Feliz!
A coordenadora do Voluntariado Estudantil no Agrupamento de escolas Aurélia de Sousa, Margarida Frias Rocha




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