Mas, a meio da noite, o disparar do seu coração
acordou-a e Inês levou alguns minutos a acalmar-se. A recordação dos olhos de
Maria trouxe-lhe de novo a chuva da tarde. Sentiu um aperto forte no peito e um
ardor parecia querer corroer-lhe o estômago.
.....
- Mãe, quando eu morrer e me transformar num
pintainho, eu vou ser aquele que vai estar sempre ao pé da porta, para tu me
reconheceres!
....
E elas
aproveitaram bem a tarde. Aquele alpendre, que já noutros momentos tinha sido
um ninho de amor, acomodava as palavras e os corpos, encorajava o fluir de
sentimentos.
....
Neste preciso momento o tempo parou, ficou
suspenso. Algo entrou e as beijou. Era um cheiro intenso e bom, o cheiro do
alecrim.
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